sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Desabafo

São milhares de sentimentos que não sei definir...
É uma angústia que me rasga a garganta a cada olhar, vendo fundo, teus anos de dedicação e as tantas expectativas, as quais, eu mesma pus fim.
Uma culpa que assumo, por tudo o que queria que sempre desse tão certo.
Uma culpa pra me convencer de que tudo ainda vai ficar bem, e que só não ficou ainda, por MINHA culpa. Culpa minha.
É uma tristeza que me sufoca, me deixando sem ar. Agonizante.
É o silêncio de um coração que se esgoela, tentando ser ouvido. Um silêncio por cautela.
Uma cautela que te faz sofrer.
Mas o que fazer, quando a única coisa que ainda sei agora, é evitar teu mal... E tudo o que faço, age justamente ao contrário. Te deixa, cada dia ainda mais no fundo do poço, que hoje digo: Fui eu quem o construí e deixei-a entrar.
E me deixo também entrar.
E mais uma vez, te mostro meu melhor sorriso. Tu não enxergas. Mas ele é feito de mágoas guardadas e nunca ditas, porque - sentimentos não podem ser demonstrados -, dizem-me as minhas máscaras.
É um semblante de força, de alguém que, acredite, está em destroços.
Talvez seja por isso que eu negue tanto os meus sentimentos, por vergonha de mostrar que sinto, que sofro, que choro, que me abalo.
E aí, até eu mesma começo a achar que estou imune a mágoas e dores, até a hora que a queda é maior que o planejado e você percebe que ainda vive e, como gente, ainda sente.
Tentando disfarçar, te mostro um olhar determinado de alguém que nem sabe qual é o caminho.
É como se nesses momentos eu tivesse uma irmã, mas me sentisse como filha única.
E é duro demais te ver se doando tanto e esperando sempre o mesmo de mim, mas tu não entendes que meu sangue não é desses compatíveis pra qualquer pessoa e que eu morro de medo das agulhas. Mais do que da tua incompreensão, mais do que da minha frieza e mais do que dos nossos afastamentos.
Eu juro, que nascia de novo pra não te fazer chorar, mas eu sempre fui assim meio torta, meio errada, meio o que tu nunca quisestes e nunca aceitastes. Eu sempre fui assim.
Sabe, mãe, eu já me acostumei a não ser nem de longe o que tu sempre sonhastes. Eu já me acostumei a ser a tua decepção e não, a tua felicidade.
Eu só queria que tu entendestes que eu erro te amando e sem saber o que fazer com tudo isso que sempre fica nas minhas mãos: esse meu orgulho e essa minha ignorância de quem erra sem perceber porque erra com o coração.

sábado, 24 de setembro de 2011

Máscaras

São máscaras. Acredite.
São máscaras de alguém sem coração, arrogante, autoconfiante, sem dias ruins.
São máscaras de prepotência, de rancor, de alguém forte.
Mas que bobagem! São só máscaras...
Máscaras de algo que eu mesma quero me fazer acreditar.
Porque esconder, é tão mais fácil que mostrar...
E por muito tempo me escondi de trás delas, acreditando na minha própria mentira.
Jurando ser eu ali. Mas não era.
Não é.
Mas máscaras algum dia acabam, e deixam de esconder nosso fracassos.
E por mais que eu não queira ser o que sou, ou sentir o que sinto, as coisas vêem.
Simplesmente vêem.
É espontâneo, inerente e já não consigo mais aprisionar tanto dentro de mim.
É uma lágrima que cai sem que eu permita.
É uma esperança que insiste em permanecer.
É uma tristeza que tento não sentir.
E minhas máscaras já estão pequenas demais. Velhas demais. Repetidas demais.
E já não consigo mais me enganar como antes.
Me sinto cada vez mais próxima do fim do show e mais longe dos aplausos.
Vejo que está chegando a hora de abandonar o palco e o personagem, e enfrentar os problemas de verdade. Sem textos decorados e sem deixas programadas.
A cada dia sou obrigada a deixar um pouco mais de todas essas máscaras de lado.
Até porque... Elas caem!
E logo, sobrará só eu. Sem máscaras, sem fingimentos, sem esconderijos.
E aí, EU, verei que sou tão fraca, frágil e pequena quanto os outros todos.
Pena que eu ainda tenha medo de tirar a maquiagem e encarar que a perfeição é só no palco, e que a vida da atriz não é tão bonita quanto a da personagem com suas máscaras.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Porque é você

Faça-me chorar,
Faça-me sofrer,
Faça-me torturas psicológicas,
Faça-me pensar que fui um erro,
Faça-me me arrepender de tudo o que vivemos,
Faça-me acreditar que só lhe fiz mal,
Faça-me desamparada,
Faça-me restos do seu lixo,
Faça-me fracassada,
Faça-me corda da sua forca,
Faça-me assassina do seu conto de fadas,
Faça-me te esquecer,
Faça-me qualquer coisa.

Mas... Por favor...
Faça!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amor puro. Puro amor.

Ela esticou a mão, sem levantar o rosto.
Apertava firmemente o envelopinho, decorado manualmente com recortes de revista e adesivos infantis.
Ele olhou para o envelope. Olhou para ela. Não viu sua face. Olhou para o envelope. Pegou-o.
Fez-se um silêncio por segundos intermináveis.
Ela levantou o rosto. Um sorriso angelical. Os olhos cheios de lágrimas. A cara de menina com um olhar profundo.
Ele retribui o olhar, apesar de não saber ao certo o que estava acontecendo.
A mãe chamou-a.
Ela olhou-o por um último instante. Intenso. Tomou coragem e lhe deu um beijo na bochecha. Um beijo duradouro.
Afastou-se dele e logo, saiu correndo. Antes de entrar no carro, virou-se pela última vez e acenou.
Os pais puseram as malas no bagageiro, colocaram-na no banco traseiro e deram a partida.
Ele, um tanto perplexo com tudo, abriu o envelopinho, e nele, apenas um papelzinho com um desenho de um coração vermelho, feito em giz de cera, e junto também, uma foto dos dois.
Caiu uma lágrima de seu rosto. Fez um breve sorriso das boa lembranças, seguido de um aperto no peito.
Ele não sabia se a veria novamente. Se, quem sabe um dia, viveriam uma paixão. A única coisa que, incoscientemente e verdadeiramente sabia, é que aquilo era amor.
O amor mais puro que se pode existir.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Chega!

Certo ou Errado.
Quem definiu o que é "certo" ou "errado"?
A mesma sociedade que joga na minha cara o que é ser bonito ou feio???
Porque se for... Prefiro não ouvir... Menosprezo! DESprezo!
É a sociedade burra, que tenta me convencer de que inteligência e conhecimento se mede por diplomas e não por vivência.
E não por experiência.
Realmente, muito mais fácil é, catalogar por certificados em papéis, que por conversas sinceras.
Eu disse catalogar??? É... Infelizmente, chegamos ao ponto de sermos catalogados.
Mas eu não vou ligar para catálogos. Para os catálogos que gritam, me dizendo, que não posso usar camisas azuis com calças laranjas, porque já não combinam.
Que gritam, me dizendo, que para eu ser simpática e estar feliz, é preciso que eu esteja sorrindo.
E nós? Nós nos preocupamos com isso? Colocamos isso como mais um problema dentro do nosso cesto já abarrotado deles?
Quem vai vestir as roupas? Quem vai deixar de falsear o sorriso? Quem não vai aceitar tantas imposições e vai ser diferente de todos, que só querem o comodismo?
EU.
Quem vai dizer-me o que é "certo" ou "errado"?
Eu. E somente eu.
Ah, e desculpe-me sociedade, se a minha atitude não está "correta".

domingo, 4 de setembro de 2011

Viva


No fim tudo vai ficar bem. Eu sei que vai.
Porque se hoje há uma tempestade, é para amanhã você dar mais valor ao mesmo sol que havia ontem, mas que você nem tinha percebido.
Porque agora, o que precisamos é viver, encarar de frente os dias que virão, pois todos serão bons E ruins.
Alguns melhores e outros piores, mas tudo que passa, te deixa melhor, te torna maduro, te faz mais forte.
Chore tudo o que puder, até os olhos incharem.
Ria muito, até perder o fôlego.
Viva. Independente de opiniões, de preceitos e cobranças.
Viva tudo. Viva intensamente. Viva o agora
Você não está certo nem errado. Desde que seja você. Desde que você seja. Desde que seja. Seja.

Coração

São lágrimas.
São marcas de um coração aflito. Apertado. Angustiado.
São emoções confusas e difusas.
Confundidas e misturadas.
Tão distantes, mas ao mesmo tempo tão iguais.
Emoções desordenadas, de um coração que busca se entender pela razão.
Mas a razão é algo que já não existe.
E de tanto se perder, de tanto procurar sem achar, o coração ficou sozinho.
Isolado no seu mundo. Um mundo só de lágrimas.

Paixão de um só


Era como se ela não fosse ela.
Como se fosse um fantoche, em que ele era a mão.
E, submissa às suas vontades,
fez-se escrava, fez-se pequena, fez-se paixão não correspondida.
Duro era olhar com um olhar apaixonado para aquele que só lhe via com indiferença.
Mas a vida é ingrata, e a paixão mais ainda.
E mesmo sabendo, e mesmo lutando contra tudo aquilo,
de nada adiantava! Era tudo em vão.
Pois seu coração dizia: SIM!
E quem é que manda no coração?