quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amor puro. Puro amor.

Ela esticou a mão, sem levantar o rosto.
Apertava firmemente o envelopinho, decorado manualmente com recortes de revista e adesivos infantis.
Ele olhou para o envelope. Olhou para ela. Não viu sua face. Olhou para o envelope. Pegou-o.
Fez-se um silêncio por segundos intermináveis.
Ela levantou o rosto. Um sorriso angelical. Os olhos cheios de lágrimas. A cara de menina com um olhar profundo.
Ele retribui o olhar, apesar de não saber ao certo o que estava acontecendo.
A mãe chamou-a.
Ela olhou-o por um último instante. Intenso. Tomou coragem e lhe deu um beijo na bochecha. Um beijo duradouro.
Afastou-se dele e logo, saiu correndo. Antes de entrar no carro, virou-se pela última vez e acenou.
Os pais puseram as malas no bagageiro, colocaram-na no banco traseiro e deram a partida.
Ele, um tanto perplexo com tudo, abriu o envelopinho, e nele, apenas um papelzinho com um desenho de um coração vermelho, feito em giz de cera, e junto também, uma foto dos dois.
Caiu uma lágrima de seu rosto. Fez um breve sorriso das boa lembranças, seguido de um aperto no peito.
Ele não sabia se a veria novamente. Se, quem sabe um dia, viveriam uma paixão. A única coisa que, incoscientemente e verdadeiramente sabia, é que aquilo era amor.
O amor mais puro que se pode existir.

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