quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A complexidade do simples

Eu chorei.
Hoje.
Ontem.
Eu choro. Pelo nosso amor. Pelos nossos sonhos.
Tão longe e tão perto.
Sabe... Eu só queria que as coisas fossem fáceis.
Eu só queria uma casinha, com nós dois num lugar distante.
Distante dos problemas.
Distante de quem não nos quer bem.
Distante de qualquer briga, ou energia ruim.
Distante de tudo o que nos distancia.
Eu só queria que um sorriso bastasse.
Que um abraço curasse.
Que um beijo lhe trouxesse para mim.
Eu só queria que no dicionário, felicidade tivesse "nós dois" como sinônimo.
E que quando ela chegasse, mandasse todo o resto embora.
Que o sinônimo de felicidade fosse maior que tudo e todos.
E que na guerra de nós dois, ela fosse sempre a vitoriosa.
Eu só queria que a gente bastasse.
Que lhe amar bastasse.
E que bastasse.
Eu só queria que a felicidade que vivo trouxesse sempre o riso e nunca o choro.
Eu só queria que as coisas fossem fáceis.
Tão fáceis quanto é perceber o tanto que eu lhe amo.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Utopia

Eu queria que você fosse o mesmo cara todos os dias.
Não queria nunca ver o outro lado.
Não queria ver que você é extremamente teimoso, assim como eu.
E um pouco egoísta, como eu.
Que em algumas vezes coloca 'a gente' em segundo plano, assim como eu.
Não queria nunca que você me entristecesse, como eu às vezes faço com você.
Ou que você me tirasse do sério, como eu muitas vezes.
Não queria nunca que você brigasse comigo por coisas bobas, como eu frequentemente faço também.
Queria que nosso amor fosse sempre supremo a todos os nossos defeitos e sentimentos pequenos.
Queria que você fosse menos de mim e mais perfeito.

terça-feira, 17 de março de 2015

Nós não somos um

É inegável e impossível de não se admitir que você é talvez o cara mais carinhoso que eu conheço.
Carinhoso, amoroso, preocupado.
Do tipo que qualquer mulher sonharia em ter.
Mas sabe, com o tempo descobri que você é tudo isso porque você me tem em posse.
Porque você protege, cuida e ama tudo o que é seu.
Desde aquele carrinho que lhe foi importante na infância até sua filha.
E eles são seus.
E sempre serão de alguma forma.
Mas desculpe, meu bem, lhe dar a triste notícia de que dentro de um relacionamento amoroso, ninguém é de ninguém.
E com a gente não é diferente...
Ciúme é normal. Quem nunca teve?
Da bola de futebol favorita. Do casaco novo. Do brinquedo recém ganho. Do primeiro carro. Do namorado.
E eu não lhe condeno por isso. Aliás, lhe condenar é possivelmente uma das poucas coisas que eu nunca farei.
E confesso: dentro de mim eu morro de ciúmes.
Eu sou muito ciumenta.
Muito.
Muito com muitas coisas.
De pequenas a nem tanto.
Mas eu aprendi com a minha vida e assistindo a dos outros, que ciúme não leva à nada. Que ciúme não é prova de amor. Que ciúme destrói.
Aprendi que discutir por ciúme nos deixa mais longe.
E eu odeio ficar longe de você.
Me bate saudade, sabe... Não consigo.
Por isso tomei a atitude – talvez dura – de me conter ao máximo em cada situação em que meu coração sente que pode lhe perder.
Por isso engulo em seco e finjo que não vejo, por mais que o meu coração esteja ali... Palpitando forte. Tentando protestar contra a liberdade, porque coração é egoísta e quer o mundo todo só pra si. E não quer perder nada daquilo que com tanto trabalho conquistou.
Ingênuo ele em achar que se perde o que não se tem... Ingênuo ele em achar que a conquista é uma tarefa com começo, meio e fim.
Mas é por isso que é coração. Se fosse diferente seria razão, consciente, córtex ou qualquer outra palavra científica bonita.
Mas coração é coração... E vai educá-lo pra descobrir o tamanho do problema que é!
...
Eu lhe entendo.
Eu juro.
Mas eu não consigo aceitar bem quando diante de tanto esforço meu, eu vejo você ainda deixando seu coração protestando pelo direito de ter-me.
Eu sei que é amor.
Eu sei que é medo também.
Mas eu sei que não nos faz bem.
E eu sei que vai me fazer chorar.
E sei que vou sofrer.
E vai nos desgastar.
Nos afastar...
E eu não lido bem com a saudade, meu amor.
Por isso eu lhe imploro: Conversa com o seu coração e diz pra ele que sou sua enquanto você for esse cara sensacional, carinhoso, amoroso, preocupado, que me trata como se fosse a dona do seu reinado.
E diz pra ele também, pra ele aprender a se controlar, porque toda vez que ele perde a cabeça, ele me machuca. E nos afasta.
Se quiser, eu deixo seu coração conversar com o meu.
Pra ter certeza de que mal nenhum vai fazer ele perder o lugar dele e pra ver como demonstrar confiança faz bem, traz segurança pros dois lados. Afaga o seu e o meu coração.
Por favor, eu não quero que você me ensine a lidar com a saudade. Eu quero nunca precisar sentí-la.
Me assegura disso, por favor?
Promete, coração?!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A pessoa certa na hora... Certa

Você foi a pessoa certa na hora errada.
Você foi a pessoa que chegou quando o meu coração mais precisava de um abrigo e quando ele menos queria achar um lugar novo pra morar.
Você foi sim e não.
Você foi o conflito que resolveu meus problemas.
Você cuidadosamente entrou e me assegurou de que iria dar um jeito em toda aquela bagunça.
E pacientemente me ajudou a juntar alguns dos meus pedaços que ainda sujavam a casa.
E você esperou... Esperou... Esperou.
Mesmo com o todo tempo que eu precisava você se manteve ali, desejando ser o porto de seguro de alguém que nem conhecia.
Manteve-se ali me dando todo o seu melhor, fazendo o possível e impossível para me ver com a casa arrumada, pronta para receber visitas e quem sabe, dividir novamente o meu espaço com outra pessoa.
É verdade que você quebrou com todos os meus planos, que fez meu coração dar o braço a torcer, que mudou minha rota e que me fez pegar o lado oposto da bifurcação.
Logo eu, sempre tão segura de mim e tão certa de tudo.
Logo eu que já tinha a programação inteira de um ano, contada dia após dia.
Logo eu... E você.
E que bom que você foi teimoso, igualzinho a mim. Que bom que você insistiu em cada "não". Que bom que você enxergou sei lá o que eu mim e quis ficar. Fez questão de ficar.
E você ficou.
Ficou no violão encostado no quarto. Na prancha deixada no chão da minha sala. Na escova de dentes no banheiro. Na bermuda de salva-vidas na minha cama. No cheiro no meu travesseiro. No sorriso no meu rosto. No conforto no meu coração.
Eu realmente não sei. Eu talvez nunca descubra os motivos que lhe fizeram ficar.
Só sei que agradeço a Deus todos os dias.
Só sei que você mudou os meus conceitos.
Meu conceito de amor, carinho, cumplicidade, parceria.
Eu acreditava que todo homem necessariamente precisava ser meio estúpido, que nenhum homem é carinhoso demais, que a gente precisa mesmo é aprender a se virar bem sozinha e não ser cuidada por ninguém.
Você mudou isso em mim.
Mudou essas teorias machistas que a sociedade e o casamento dos meus avós me fizeram aceitar como verdade.
Você quase me faz acreditar que eu sou a mulher mais linda do mundo; mesmo gripada, com os olhos inchados e o cabelo amassado.
Você quase me faz acreditar que eu sou a melhor namorada do mundo; mesmo teimosa, birrenta, egoísta e até meio grossa.
Você quase me faz acreditar que eu sou a mulher mais gostosa do mundo; mesmo com estrias e celulite, mesmo depois de meses sem malhar, me sentindo completamente flácida e fora de forma.
Mas uma coisa você não precisa tentar me fazer acreditar, porque isso eu tenho certeza:
Eu sou a mulher mais sortuda do mundo.
Você não faz idéia do bem que me faz. Eu nunca lhe disse isso, mas você me faz mais feliz que caminhada à noite na areia da praia, que banho de mar, mimo de vó, presente fora de época, abraço de amiga e brigadeiro de colher.
Eu tenho certeza que você veio na hora errada.
Mas com o tempo a gente percebe que as coisas na vida não esperam momento certo. Nem mesmo na minha, cheia de certezas e planejamentos.
Com o tempo você me fez ter certeza de que a hora é o que menos importa. Que na verdade, o que existem são escolhas, que te levam a caminhos certos ou nem tanto.
Há alguns meses atrás você foi uma escolha.
Hoje você é, provavelmente o caminho mais certo que já pisei.
Por você eu deixo de lado as minhas convicções mais quantas vezes forem preciso e mudo de idéia em mais quantas bifurcações a vida nos levar.