terça-feira, 25 de outubro de 2011

Num desses chacoalhões

Num dia bem, no outro nem tanto.
Mal, fraca, incapaz.
Precisando de alguém pra tudo.
Seu reflexo no espelho é abatido feio e pálido.
Era o que eu precisava.
Só mesmo com um chacoalhão desses para lembrarmos...
Lembrarmos de que não somos nada. Nada além de insignificantes.
De que existe alguém muito maior que nós.
E pra vermos que as pessoas a nossa volta, realmente estão ali porque nos amam e se preocupam.
Pra gente perceber que pedimos todos os dias coisas tão superficiais e esquecemos de agradecer ao que realmente importa.
Aquilo que nos ergue. Nos move. Nos faz ser quem somos.
O essencial vira comum e o superficial necessidade.
Distorcemos a realidade e nos ocupamos com as besteiras.
E é em cada queda que refletimos e lembramos disso.
Por isso, obrigada por mais uma queda, Pai.
E antes de mais nada, obrigada pelo essencial.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Hoje sou interrogação

Eu te vejo de um jeito. Você me convence de que estou errada.
Você muda meus conceitos.
Faz da minha cabeça um turbilhão.
Dá uma nova esperança ao que eu já dizia ser incrédula.
Assim, faço-me indagações. Ponho-me a refletir e resgato do meu interior, um lado meu que há tempos andava abandonado.
Esperando o momento certo para voltar a fazer parte de mim.
Achei que era o momento certo. Seria se realmente fosse. Hoje sei que não era.
Depois de me refazer com uma nova visão, depois de um choque de maturidade,
você tropeça nas próprias palavras e se contradiz nas próprias idéias.
Deixa-me feito Natal sem presente ou criança sem doce.
Aconselham-me a não acreditar nos versos prontos e nas minhas aparentes "mudanças", que por muito tempo fizeram-me iludida.
Sobrou-me o balde com a água mais fria. E sem mais nem menos, me encontrei encharcada e com frio.
Hoje desacredito no que dizem os que querem te derrubar, porém retorno a minha mesma incredulidade e volto a te ver do mesmo jeito que te vi pela primeira vez.
Me pergunto no que acreditar. Há quem dar a razão? Em quem confiar?
Vejo-me sem respostas e a procura delas.
Esperando que algum vento bom me sopre um significado para tudo isso.
Ou, que pelo menos me arraste de vez para o tornado de dúvidas.
Porque hoje, já não sei nem mais onde estou.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Devaneios

Brinco de me confundir.
Quando acho que me conheço, me surpreendo ainda mais com uma nova verdade, que me aparece escancarada, com o sorriso mais cara-de-pau que pode existir, e que sem dó nem piedade me deixa ainda mais longe de conseguir me entender.
Vejo minha consciência tentando iludir meu coração.
Minha razão agora, já é leviana.
Sinto angústias de nenhum sofrimento e nostalgia das lembranças nunca existiram.
Me frusto com histórias inventadas.
Com meus contos de fadas sem final feliz.
Me abalo com ilusões que eu mesma crio. Mesmo sabendo que são só ilusões.
Me perco dentro do meu próprio labirinto, pensando que...
Talvez não passe de um grande invento.
Talvez não passe de um sonho contado, ou de um conto sonhado.
Talvez seja só um borrado de um papel em branco, ou o título de um texto que ainda não foi escrito, talvez nunca seja.
Mas em meio a minha fantasia, faço das minhas loucuras, lucidez. E da minha incerteza, verdade.
E cada vez mais me vejo manipulada por mim mesma, pelos meus devaneios.
Mas ainda assim acredito.
Penso que nenhuma loucura pode ser tão insana quanto a minha própria realidade.